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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Mundo dos Vinhos

O mundo dos vinhos compreende várias peculiaridades e incursões interessantes, sejam em viagens, gastronomia, culturas distintas, sejam em informações e claro há sempre a possibilidade de sorvermos verdadeiras obras primas e ainda curtir a dois ou com grandes amigos taças de vinho regado a uma boa “prosa”.
Bom, quanto ao início, confesso a vocês que eu era um típico bebedor de vinhos de mesa  (vinho muito doce, chamado no sul do Brasil de vinho de colônia) e não sabia realmente apurar um vinho fino e, então, quanto mais docinho era o vinho para mim era melhor.
Hoje, é claro que ainda tenho muito que aprender, mas tenho um paladar mais apurado e os vinhos de mesa que antes eu bebia hoje passo longe!
Para iniciantes é como começar tateando no escuro até começar a definir o que agrada ou não nosso paladar.
Primeiramente para que possa seguir em frente com este pequeno e despretensioso relato acerca dos vinhos, vale colocar alguns conceitos inerentes ao mundo do vinho, que além de ter toda uma história envolvida, rituais, modos e regras ainda assim é e deve ser considerado, a meu ver, como um prazeroso hobby, para que seja verdadeira e honestamente apreciado, caso contrário, ele se tornaria uma profissão (o que demandaria mais estudos e claro aptidão para tanto) ou mesmo seria também uma forma mecânica conseguir conhecimentos, valendo destacar que existem várias faculdades de enologia no mundo, inclusive no Brasil.

Enologia: é a ciência que estuda todos os aspectos relativos ao vinho, desde o plantio, escolha do solo, produção envelhecimento, engarrafamento e venda do produto.

Viticultura: Estuda somente os aspectos da uva para o vinho.

Vinicultura: estuda os aspectos culturais em torno do vinho.

Enólogo: é um profissional com características definidas, dentro do perfil ocupacional da indústria, sendo responsável pela produção e por todos os aspectos relacionados com o produto final.

Enófilo: é a pessoa tida como amante do vinho, que degusta, prova, aprecia e controla sua qualidade.

Sommelier ou escanção (Portugal): é um profissional especializado, encarregado em conhecer os vinhos e de todos os assuntos relacionados ao serviço deste. Cuidam, também, da compra, armazenamento e rotação de adegas e elabora cartas de vinho em restaurantes.

Terroir: Combinação entre as características do solo de um vinhedo com sua temperatura média, insolação, altitude, inclinação do terreno, mais as características do micro clima do entorno ambiental daquela vinha, especialmente a distribuição de vento e de chuvas tanto em volume quanto ao longo do tempo.

Portanto, o que ainda sou é apenas um iniciante, quiçá um futuro enófilo, mas no momento me encontro engatinhando através de minha curiosidade, mas a caminho garrafa após garrafa, e essa é a parte boa.

Existe uma variadade enorme de uvas e nem todas são aptas a produção de vinhos e existem no mundo vários países que contam hoje com uma produção mais apurada e voltada para a confecção de bons vinhos, levando-se em consideração o “terroir” de cada região.

Vale citar algumas: França (Bordeaux, Alsácia, Provença, Vale do Loire, Rhône, Borgonha, Champagne, etc.), Itália (Piemonte, Lombardia, Vêneto, Toscana, Sardenha, Sicília, etc.), Chile (Aconcágua, Casablanca, San Antonio, Valle del Maipo, Valle del Rapel, etc.), Argentina (Mendoza, San Juan, La Rioja, Salta, Catamarca, etc.), Uruguai (Canelones, Maldonado, San José, Salto, Soliano, Colônia Del Sacramento, etc.), Brasil (Bento Gonçalves, Canela, Caxias do Sul, Garibaldi, Gramado, São Roque/SP, Poços de Caldas/MG, Petrolina, Juazeiro, etc.), Portugal (Vinho Verde, Porto/Douro, Bairrada, Dão, Estremadura, Ribatejo, Alentejo, etc.), Espanha (Castila Leon, Rioja, Tarragona, Penedés, etc.), Califórnia, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Alemanha, Áustria, Suíça e leste europeu.


Castelo na região de Bordeaux na França

Existem vinhos tintos, brancos, rosé, licores ou espumantes (champagne), particularmente aprecio hoje um bom vinho tinto, mas é verdade que não devemos fechar os olhos para as outras cepas de uvas, pois, caso contrário nos tornarmos restritos e os caminhos a serem traçados que poderiam se desembocar numa infinidade de possibilidades ficaria fadado à essa restrição ao degustarmos somente um tipo de vinho, empobrecendo, dessa forma, nossas possibilidades de conhecimentos acerca dos vinhos mundiais, de nosso paladar e de todo o contexto que envolve um vinho.

O vinho pode ser seco, extra seco, meio doce, suave, brut ou brut nature, depende do teor de açúcar presente no vinho, quanto mais doce mais açucar claro, valendo dizer que o brut é aquele sem adição de açucar.

No que diz respeito à culinária é muito importante que haja uma boa harmonia entre o vinho e a comida. Como regra geral as carnes e massas devem ser acompanhadas por vinhos tintos (meus prediletos) enquanto os peixes e frutos do mar ficam melhores com os vinhos brancos. Porém isso nem sempre é verdade. O que se deve levar em consideração ao escolher o vinho é o qualidade e o sabor dos ingredientes do prato que se vai degustar. Um alimento feito à base de temperos fortes, seja carne ou peixe, deve ser acompanhado com um vinho igualmente encorpado enquanto um prato mais leve merece um vinho leve. Essa boa combinação entre o prato e o vinho chama-se harmonização.

Quanto à varidade da uva, existem milhares e o tipo de uva usado é que determina o caráter do vinho, apesar das condições de cultivo e do processo de produção também influenciarem, todas as uvas usadas na produção de vinho têm origem na espécie Vitis vinifera, que é responsável pelas frutas de maior tamanho e doçura.


Para citarmos algumas mais utilizadas são: Cabernet Savignon, Chadornay, Chenin Blanc, Gamay, Gewürtraminer, Grenache, Merlot, Pinot Noir, Riesling, Sauvignon Blanc, Sémillon, Syrah (Shiraz, como chamada a mesma uva na Austrália e Nova Zelândia), Zinfandel, Malbec, Tannat (o Brasil tem ótimos vinhos nessa varidade de uva), Carmenère (produzida somente no Chile hoje em dia).

Finalizando, sem contudo esgotar o tema que é vasto e complexo valendo, na ocasião, dar dicas de alguns vinhos Chilenos, Argentinos e Brasileiros, lembrando que hoje devido ao MERCOSUL estes vinhos ficaram mais acessíveis, o que aumentou até mesmo o mercado consumidor de bons vinhos gradativamente mais apurado e exigente, particularmente aprecio muito os vinhos Chilenos e infelizmente o custo benefício dos vinhos brasileiros ainda está alto, o que provavelmente influencia na hora de escolher entre um Argentino ou Chileno de qualidade, fazendo com que deixemos de apreciar bons vinhos nacionais.

Segue a lista de alguns vinhos com a respectiva uva predominante e apreciada da região:

Brasileiros: Aliança, Amadeu, Aurora, Dom Cândido, Slaton, Valduga, Marson e Miolo – UVA – TANNAT e MERLOT.
Argentinos: Blabi, Catena, Humberto Canale, Flichman, Goynechea, Lagarde, Norton, Trapiche, Navarro Correas, Fincas Privadas – UVA – MALBEC.
Chilenos: Amélia, Carmen, Casa Blanca, Casa Rivas, Casillero del Diablo, Concha y Toro, Santa Carolina, Santa Helena, Santa Rita. Trio – UVA – CARMENÈRE.

Grande abraço a todos e saúde, huuuummm, me deu uma vontade de tomar vinho e se forem tomar, podem me chamar...

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